Instituto Butantan liberou mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde
Divulgação / Governo de SP

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou nesta quinta-feira (6) as recentes declarações do governo federal contra a China, hoje o único fornecedor de insumos para a produção de vacinas contra a covid-19. Segundo ele, os ataques direcionados ao país já impactam o ritmo de liberação de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo).

“É lamentável depois de o ministro da Economia Paulo Guedes falar mal da vacina, da China e fazer críticas ao governo chinês, ontem o presidente Bolsonaro seguiu a mesma linha. É inacreditável que, numa circunstância em que temos de salvar vidas e termos mais vacinas, tenhamos alguém criticando o grande fornecedor de insumos. Já se criou um profundo mal estar essas declarações agressivas e absolutamente desnecessárias”, afirma Doria.

O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Dimas Covas, ressaltou que agora há mais dificuldades para se conseguir a liberação do IFA. “Existe dificuldade, a burocracia está mais lenta do que o habitual e as autorizações muito reduzidas em volume. A previsão era dia 10, passou pro dia 13, inicialmente eram de 6 a 8 mil litros e agora já se fala em 2 mil litros”, destaca.

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De acordo com Dimas Covas, as mudanças não são de produção, mas sim de autorização diante das recentes falas do governo. “É consequência da falta de alinhamento com o governo federal, que tem remado contra a maré, e ficamos à mercê. A China fez o que o Brasil não fez: controlou o vírus e tem a epidemia sob controle”, diz.

Em discurso, o presidente Bolsonaro deu a entender que o novo coronavírus foi criado pela China em uma possível guerra biológica. No entanto, a OMS (Organização Mundial de Saúde) já contestou essa versão e apresentou parecer feito na cidade de Wuhan.

Para Doria, cabe ao chanceler brasileiro procurar uma retratação com as autoridades chinesas: “Foram sucessivas declarações desastrosas e o ministro das Relações Exteriores silencia?”. 

O governador, que tem 63 anos, afirmou que vai ser vacinado contra a covid-19 nesta sexta-feira (7) e que aguardava o intervalo de 15 dias de diferença entre a vacina da gripe. “Eu tomo qualquer vacina. A que tiver, eu tomarei”, enfatiza. 

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Mais doses

Nesta quinta, ocorreu a entrega de mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. O envio compõe o novo lote de 5,1 milhões de doses distribuídas por São Paulo ao Brasil. Na próxima segunda (10), o Instituto Butantan deve enviar mais 2 milhões de doses.

“Até setembro estaremos fazendo a entrega de 100 milhões de doses da vacina do Butantan cumprindo, dentro do prazo, a totalidade das vacinas prometidas para o Programa Nacional de Imunização”, garante Doria.

O Butantan inicia a entrega de mais 54 milhões de doses até o dia 30 de agosto. Até o momento, São Paulo já disponibilizou 43,112 milhões de vacinas ao país. 

As novas doses serão produzidas a partir de 3 mil litros de insumos recebidos em 19 de abril. A matéria-prima passou pelo envase, rotulagem, embalagem e inspeção de qualidade no complexo da capital paulista.

A direção do Butantan afirmou que está em negociação com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, para a chegada de mais um carregamento de pelo menos 3 mil litros de matéria-prima. A expectativa é que a nova carga seja enviada ao Brasil até o dia 15.

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