A vacina contra a meningite é aplicada aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses
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A vacina contra a meningite está em situação crítica no país. O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (27) que sua distribuição será normalizada a partir de agosto.
No momento, as vacinas estão sendo distribuídas de forma reduzida para alguns Estados devido a um atraso na entrega pelo laboratório produtor, Fundação Ezequiel Dias (FUNED), segundo o Ministério.
O Ministério divulgou que a orientação, para as cidades que sofrem com problemas de estoque da vacina, é a realização de agendamento da vacinação conforme a disponibilidade das doses.
O Ministério da Saúde é responsável pela aquisição e distribuição das vacinas aos Estados, que por sua vez, abastecem os municípios. O Estado de São Paulo é um dos que sofrem com estoques baixos. Segundo a Secretaria de Saúde o Ministério da Saúde tem enviado doses em quantidades inferiores às solicitadas. “Neste ano, a Secretaria solicitou 896 mil doses, porém foram enviadas 339,5 mil, o que representa apenas 37% do total solicitado”, informou.
Ainda segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, nos meses de junho e julho, o Ministério enviou ao Estado de São Paulo apenas 10% e 15%, respectivamente, do solicitado. “Isso resultou na necessidade de redistribuição parcial em âmbito estadual. Para o mês de agosto, a pasta estadual recebeu 101.200 doses, correspondendo a 36% do total solicitado, e fará a redistribuição aos municípios”, afirmou.
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O Rio Grande do Sul também enfrenta problema de abastecimento do imunizante. Segundo a Secretaria de Saúde, o Estado recebeu em julho apenas um terço da cota mensal.
Problema semelhante passa Pernambuco, que foi abastecido somente com 36% da cota mensal. “As vacinas já foram distribuídas para os municípios. É importante ressaltar que nenhum município relatou falta da vacina”, informou a Secretaria de Saúde.
Tocantins também relata falta do fornecimento da vacina. A Secretaria de Saúde afirma que solicitou 25 mil doses e recebeu só 16,8% da remessa. “Estamos aguardando para o mês de agosto o restante do solicitado”, disse.
Vacina protege contra meningite bacteriana
A vacina meningocócica C faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, sendo administrada aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses. Essa vacina protege contra a meningite bacteriana, considerada mais grave que a viral.
A meningite é uma doença endêmica no Brasil, ou seja, são esperados casos ao longo do ano, sendo a meningite bacteriana mais frequente no inverno e a viral, no verão, de acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A meningite consiste em um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser desencadeada por vírus e bactérias, entre outros agentes.
A meningite viral é mais comum e seu quadro é mais leve. Os sintomas se assemelham ao da gripe como febre, dor de cabeça, além de rigidez na nuca. Como ocorre com outras viroses, são tratados os sintomas até que o corpo se reestabeleça sozinho. É transmitida por meio da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes contaminadas.
Já a meningite bacteriana é uma doença grave causada por bactérias, sendo as mais comuns o meningococo e o pneumococo. A transmissão ocorre de uma pessoa contaminada para uma saudável por meio das vias respiratórias, ou seja, gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Os sintomas são febre alta, forte dor de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas no corpo.
Meningite é mais comum no inverno. Veja como se proteger: