Material de Congonhas confundiu outras cidades
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Enquanto a campanha nacional de vacinação para crianças contra o sarampo e a poliomielite do Ministério da Saúde não começa – início é 6 de agosto –, outras campanhas paralelas ou, muitas vezes, “fake news”, podem confundir os interessados pela imunização.
É o que está ocorrendo com a circulação de um chamado para vacinação contra o sarampo nas redes sociais. Ilustrado com o Zé Gotinha, símbolo do Programa Nacional de Imunizações, trata-se, na verdade, de um material sobre vacinação na cidade de Congonhas, Minas Gerais.
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O Ministério da Saúde ressalta que não se trata de material divulgado pela pasta. A campanha nacional será realizada de 6 a 31 de agosto para crianças até 5 anos. Segundo o Ministério, todas as crianças dessa faixa etária deverão ser vacinadas contra a poliomielite, mesmo as que já tenham sido imunizadas anteriormente.
“É importante lembrar que pessoas acima de 5 anos que tiverem esquema vacinal completo, independentemente da idade em que foram imunizadas, não precisam vacinar novamente”, informa.
De acordo com o Ministério, não há necessidade de uma “corrida aos postos de vacinação”. A campanha será direcionada a crianças, mas os adultos que quiserem se vacinar podem ir a qualquer momento – não necessariamente durante a campanha – a um posto de saúde realizar a imunização.
O Ministério afirma que o Zé Gotinha, embora seja usado de forma indiscriminada por “fake news”, continua a ser o símbolo do Programa Nacional de Imunizações. Criado em 1986, o personagem tinha o objetivo de estimular a vacinação da poliomielite que, na época, era feita exclusivamente por meio da vacina oral, a famosa “gotinha”.
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Há cerca de dez anos, a vacinação da poliomielite é realizada em cinco doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade por meio de vacinação injetável, e aos 15 meses e 4 anos, considerados reforços, por meio de vacinação oral, segundo o pediatra infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim). “A vacina oral é feita de vírus vivo atenuado e a injetável, por vírus inativado”, explica.
Já a vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral, que também imuniza contra a caxumba e a rubéola. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), para ser considerada protegida, a pessoa deve ter tomado duas doses com intervalo mínimo de um mês, desde que a primeira tenha sido tomada depois de um ano de vida.
Antigamente, a primeira dose era dada antes de o bebê completar um ano; mais tarde o Programa Nacional de Imunizações passou a oferecer apenas uma dose depois dos 12 meses.
Portanto, quem não tomou as duas doses depois do primeiro aniversário deve receber uma ou duas doses de reforço. Quem está em dúvida, ou seja, não tem certeza se tomou as duas doses da vacina deve tomar mesmo assim. Não há risco.
Sobre a vacinação sobre sarampo na cidade de Congonhas, Kfouri explica que cada cidade tem autonomia para antecipar ou não a campanha de vacinação. Devido a surtos de sarampo, os Estados do Amazonas, Roraima e Rondônia anteciparam as campanhas de vacinação contra a doença.
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