Myke Sena/Ministério da Saúde
A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) afirmou nesta quarta-feira (6) que está “cedo demais” para considerar a administração de uma quarta dose de vacinas de Pfizer e Moderna à população geral, embora apoie o uso em idosos com mais de 80 anos devido ao maior risco de desenvolver Covid-19 grave.
Em comunicado conjunto com o CEPCD (Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças), as duas agências explicam que concluíram que não existem dados suficientes para recomendar a necessidade da quarta dose, que na prática é considerada a segunda dose de reforço, uma vez que as duas primeiras fazem parte da vacinação primária.
“Ambas as agências concordam que um segundo reforço pode ser dado a adultos com 80 anos ou mais, após revisão dos dados sobre o aumento do risco de Covid-19 grave neste grupo etário e a proteção proporcionada por uma quarta dose”, diz a nota.
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As entidades acreditam que, neste momento, não existem “provas claras” na UE (União Europeia) de que a proteção contra casos graves de Covid-19 está “substancialmente diminuindo em adultos com sistemas imunológicos normais entre os 60 e 79 anos de idade” e, portanto, não existem provas para “apoiar a utilização imediata de uma quarta dose”.
As provas sobre os efeitos da quarta dose procedem em grande parte de Israel.
As autoridades continuarão a monitorar os dados para determinar se existe um risco acrescido de doença grave entre aqueles que são vacinados e advertem que “se a situação epidemiológica atual mudar e surgirem novos sinais, poderá ser necessário considerar uma quarta dose no grupo etário” dos maiores de 60 anos.
No entanto, para adultos com menos de 60 anos de idade com sistemas imunológicos saudáveis, “não há provas conclusivas de que a proteção da vacina contra doenças graves esteja diminuindo ou que haja um valor acrescentado de uma quarta dose”, motivo pelo qual não recomendam a sua administração.
EMA e ECDC observam que as campanhas de revacinação “poderiam começar no outono (do Hemisfério Norte)”, e é nessa altura que as autoridades nacionais considerarão o melhor momento para administrar doses adicionais, “possivelmente aproveitando as vacinas atualizadas”.
Para aqueles que ainda não receberam nenhuma dose, as agências europeias lembram que a vacinação contra a Covid-19 “continua sendo a forma mais eficaz de prevenir doenças graves durante a atual pandemia, incluindo doenças graves causadas pela variante Ômicron”, e instam os cidadãos da UE a receberem a vacinação primária e o reforço.
No final de março do ano passado, 83% dos adultos tinham recebido as vacinas iniciais e apenas 64% tinham uma dose de reforço.