Falta de doses de vacina dificulta aplicação da segunda dose na Bolívia e população protesta
EFE/Martin Alipaz
A Bolívia anunciou nesta quarta-feira (28) que analisa combinar vacinas contra a covid-19 de diferentes laboratórios diante da demora da Rússia na entrega das segundas doses do seu imunizante, Sputnik V, o que tem provocado protestos no país.
As autoridades bolivianas estão à “espera dos resultados” dos mais recentes estudos “para analisar e assumir uma posição sobre uma combinação de vacinas anticovid”, disse a vice-ministra do Ministério da Saúde, Alejandra Hidalgo.
A funcionária detalhou que estão sendo celebradas reuniões com institutos científicos espanhóis, que analisam a combinação da vacina fabricada pela AstraZeneca com a da Pfizer.
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“Estas experiências científicas determinam que as decisões analíticas que estão sendo feitas nos ajudem a tomar a melhor decisão para a população”, destacou.
Além da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo laboratório russo Gamaleya, a Bolívia tem usado em suas campanhas de imunização doses da AstraZeneca e da Pfizer, assim como do laboratório chinês Sinopharm e da norte-americana Johnson & Johnson.
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A chancelaria boliviana informou na semana passada que há atrasos de parte da Rússia para a entrega de cerca de 200 mil segundas doses de sua vacina, Sputnik V. O ministério argumentou que o governo de Vladimir Putin prioriza imunizar sua população diante de um aumento de casos.
La Paz e Moscou assinaram no fim de 2020 um convênio para a compra de 5,2 milhões de vacinas para sua entrega em diferentes lotes até meados de 2021. Um recente informe do Ministério da Economia destaca que a Bolívia já tinha obtido 700.000 destas doses.
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Enquanto isso, em várias cidades do país, várias pessoas foram às ruas protestar para pedir as segundas doses da vacina Sputnik V. Algumas ruas e avenidas foram bloqueadas esporadicamente nos arredores dos centros de vacinação.
O governo boliviano, por sua vez, assegura que a Rússia informou que é possível administrar a segunda dose da vacina até 180 dias depois da primeira e que as negociações continuam entre La Paz e Moscou para adquirir os imunizantes que faltam.
A Bolívia, com 11,5 milhões de habitantes, acumula mais de 470.000 contágios e mais de 17.700 mortes pela covid-19. Sua vacinação de maiores de 18 anos atingiu 2,8 milhões com a primeira dose e 1,4 milhão com a segunda.