Stephen Hawking enfrentou a doença por 54 anos
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O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (14) que vai disponibilizar R$ 2,3 milhões para a Universidade Federal de Alagoas investir em pesquisas sobre a esclerose lateral amiotrófica, também conhecida como ELA.
O anúncio ocorre no mesmo dia da morte de Stephen Hawking, cientista mais conhecido do mundo, que sofria da doença e conviveu 54 anos com suas limitações.
A esclerose lateral amiotrófica ocorre devido a uma degeneração progressiva dos neurônios motores, que resulta em uma paralisia muscular gradual que compromete os movimentos do corpo e capacidades como a fala, a deglutição e até a respiração.
Segundo o governo, o objetivo é a construção de um laboratório especializado em pesquisas com células-tronco para a investigação de alternativas de medicamentos, além do Riluzol, para o tratamento da doença.
O Riluzol diminui o desconforto dos pacientes com ELA, mas não reduz de forma significativa sua progressão, estendendo a sobrevida do paciente a, no máximo, três meses, segundo dados do governo.
Medicamento pelo SUS
A esclerose lateral amiotrófica está classificada como doença rara e o medicamento para o tratamento da doença é oferecido pelo SUS desde 2009, de acordo com o Ministério da Saúde.
De acordo com a Associação Pró-cura da ELA, quase 5.000 pessoas recebem o diagnóstico da doença todos os anos no Brasil. A doença afeta uma em cada 50 mil pessoas. Segundo o Ministério da Saúde, há 14 mil pacientes diagnosticados com a ELA no país.
As causas da doença ainda são desconhecidas e ela geralmente se manisfesta entre os 50 e 70 anos de idade.
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O investimento do projeto é feito no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Marco Fireman, o Ministério da Saúde está em uma constante busca para aprimorar o tratamento desses pacientes. “O intuito é utilizar as nossas pesquisas clínicas, em que o Brasil é referência, para proporcionar uma saúde de qualidade para os portadores dessa doença”, informou por meio de nota.
O Brasil dispõe de 277 hospitais habilitados como Unidade de Assistência ou Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia, 198 Centros Especializados em Reabilitação (CER) e 35 oficinas ortopédicas que atendem pacientes com ELA, segundo o Ministério da Saúde.
Entre 2012 e 2015, foram incluídos novos procedimentos relacionados à concessão de órteses, próteses e cadeiras de roda, entre elas, a motorizada, que são utilizadas por pacientes com esclerose lateral amiotrófica.