Filtro elimina componentes do café que podem aumentar gordura no sangue
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Beber o bom e velho café coado em um filtro de papel pode contribuir para a redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares e morte.

Um estudo realizado na Noruega e publicado no Jornal Europeu de Cardiologia Preventiva mostrou efeitos positivos para quem tomou a bebida coada em filtro da papel em relação a indivíduos que não consumiam café.

Eles compararam ainda com o consumo de café não filtrado, em que os grãos entram em contato diretamente com a água quente ou em que existe um filtro metálico, que não remove os óleos da mesma forma que o papel faz.

Na categoria de não filtrado entram, por exemplo, cafés expresso, instantâneo, aqueles feitos em prensa francesa, bem como os de cápsula, que se popularizaram muito nos últimos anos.

Segundo os autores do estudo, a menor mortalidade dos participantes foi observada entre os que bebiam de uma a quatro xícaras de café coado por dia, enquanto a maior taxa de óbitos ocorreu no grupo que bebia acima de nove xícaras de café não filtrado diariamente.

Eles fazem uma ressalva para variáveis que podem ter tido impacto nos resultados finais, como a idade dos participantes, tabagismo, níveis de colesterol e triglicerídeos, hipertensão arterial, índice de massa corporal e escolaridade.

Ainda assim, o resultado da pesquisa tem um embasamento que remete ao ano de 1983, quando os primeiros estudos já relacionavam o café ao colesterol, um fator de risco para problemas cardiovasculares e, principalmente, infarto e AVC (acidente vascular cerebral).

Posteriormente, novas pesquisas mostraram que o café possui compostos chamados diterpenos, que aumentam a gordura no sangue.

“A concentração desses diterpenos na infusão final depende fortemente do método de infusão, achado que explica a maior parte dos resultados heterogêneos publicados em relação à ingestão de café e lipídios no sangue. Uma porção de café não filtrado contém cerca de 30 vezes a concentração dos diterpenos kahweol e cafestol, que aumentam os lipídios, em comparação com o café filtrado”, afirmam.

Os autores do trabalho ainda salientam que “a menor mortalidade associada ao café filtrado em comparação com nenhum café pode ser devido ao fato de o café ser rico em antioxidantes, incluindo polifenóis”.

Esses compostos são conhecidos por seu poder antioxidante, além de exercer efeitos antitrombóticos e melhorar a disfunção endotelial (vasos sanguíneos).

“O consumo de café também está associado a menor risco de diabetes, que é um fator de risco para DCV [doença cardiovascular]”, observam.

 

 

 

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Independentemente da forma como o café é feito, o consumo moderado (até três xícaras por dias) foi apontado em um grande estudo conduzido no Reino Unido como benéfico na redução da mortalidade.

A pesquisa analisou dados de quase 470 mil indivíduos, sendo que 58,4% consumiam de 0,5 a 3 xícaras de café por dia e outros 22,1% não tomavam.

“Nossos resultados sugerem que o consumo regular de café é seguro, pois mesmo a alta ingestão diária de café não foi associada a desfechos cardiovasculares adversos e mortalidade por todas as causas após um período de acompanhamento de 10 a 15 anos. Além disso, 0,5 a 3 xícaras de café por dia foram independentemente associadas a um menor risco de mortalidade por todas as causas de CV [cardiovasculares] e acidente vascular cerebral”, afirmaram os autores.

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