Chile reforça vacinação em idosos para controlar os casos da variante Delta no país
Alberto Valdes/EFE/Arquivo
O governo do Chile anunciou nesta quinta-feira que a partir do próximo dia 11, iniciará um programa de “doses de reforço” contra a covid-19, usando a vacina da AstraZeneca para todas as pessoas com mais de 55 anos de idade que já completaram sua imunização com a CoronaVac.
A dose de reforço será aplicada prioritariamente aos idosos e na ordem em que as segundas doses do esquema original foram administradas, priorizando assim com critérios que sigam os da vacinação original.
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“Considerando a evolução ao longo do tempo da eficácia das vacinas e o risco colocado pela variante delta e depois de consultar os especialistas, decidimos iniciar um reforço da vacinação”, disse o presidente do Chile, Sebastián Piñera.
O anúncio acontece dois dias após o Ministério da Saúde (Minsal) ter publicado os resultados do estudo “Efetividade do Programa de Vacinação contra a SARS-CoV-2”, que mostrou uma diminuição da eficácia das vacinas Coronavac e Pfizer/BioNTech.
O governo espera vacinar cerca de 2 milhões de pessoas com 55 anos ou mais com doses de reforço durante as primeiras quatro semanas deste plano.
“Esperamos que com essa dose de reforço nossos idosos fiquem mais protegidos caso aumente a presença da variante delta ou o aparecimento de outras, como ocorreu nesta pandemia”, disse o ministro da Saúde, Enrique Paris.
As autoridades sanitárias chilenas afirmaram que a medida foi tomada após reuniões com diversos especialistas, incluindo membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão que ontem pediu uma moratória global da terceira dose devido à distribuição desigual de vacinas em todo o mundo.
Com o programa de vacinação original implantado no país há seis meses, até o momento mais de 80% de sua população-alvo – mais de 15 milhões de pessoas dos 19 milhões de habitantes do país – foram vacinadas.
Seis semanas de infecções em queda
Em relação ao avanço da pandemia no Chile, até o momento a taxa de positividade foi de 1,7%, confirmando a tendência de queda das últimas seis semanas no número de novas infecções.
De acordo com o relatório diário, 1.223 novos casos de covid-19 foram detectados, atingindo um total de 1,62 milhão de diagnósticos positivos desde março de 2020.
Do total, 6.591 pacientes permanecem na fase ativa da doença, ou seja, têm capacidade de disseminar o vírus.
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Após uma grave segunda onda que atingiu o país de março a julho e que deixou a rede hospitalar à beira do colapso, os leitos estão 85% ocupados.
Até o momento, 1.241 pessoas seguem internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), das quais 988 necessitam de suporte com ventilação mecânica.
De acordo com o Departamento de Estatísticas e Informações de Saúde (Deis), vinculado ao Minsal, 135 mortes foram registradas nas últimas 24 horas por covid-19, elevando o número total de vítimas para 35.806 desde o início da pandemia, mas excedendo as 45 mil considerando casos suspeitos.
Até hoje, foram confirmados no país 59 casos da variante delta, a mais contagiosa segundo a OMS, dos quais 55 são relacionados a viajantes e quatro são de transmissão comunitária.