BH ainda não prevê abrir mão das máscaras
Washington Alves/Reuters – 16.06.2021
Os moradores de Belo Horizonte com idade a partir de 12 anos devem passar as próximas festas de fim de ano com as duas doses da vacina contra a covid-19 no braço.
Em entrevista ao R7, o diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da capital mineira, Paulo Roberto Correa, disse que a expectativa é que o esquema de imunização na cidade seja concluído até o início de dezembro.
— Possivelmente entre o final de novembro e o início de dezembro será possível atingirmos esta meta, já que o intervalo da segunda dose dos adolescentes de 17 a 12 anos foi reduzido para dois meses, por orientação do Ministério da Saúde.
Por enquanto, o encurtamento do prazo na capital mineira só vale para os jovens. Todos eles foram atendidos com o imunizante Pfizer, o único autorizado no Brasil para a faixa etária. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não descarta a possibilidade de também reduzir o intervalo para outros grupos que receberam o mesmo medicamento, como as pessoas de 24 e 25 anos.
“A Prefeitura de Belo Horizonte segue as orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde. Para a redução do prazo entre a aplicação da primeira e segunda dose da Pfizer para todos os públicos, é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues. A Secretaria Municipal de Saúde reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo”, pontuou a pasta.
Último grupo previsto para receber a primeira injeção atualmente, os jovens de 12 anos sem comorbidades foram atendidos neste sábado (9). Assim, espera-se que eles voltem aos postos de saúde até o dia 4 de dezembro.
Uso de máscara
Apesar do avanço na vacinação, Correa avalia que ainda é cedo para pensar em abolir o uso das máscaras faciais.
— Ainda não temos nenhum indicativo para suspender a obrigatoriedade, já que a vacinação completa ainda não aconteceu.
Os dados mais recentes da prefeitura, atualizados na última sexta-feira (8), apontam que 79,9% dos moradores com mais de 12 anos haviam recebido a primeira dose, enquanto o segundo reforço ou aplicação única havia chegado a 54,6% do grupo.
— Não podemos falar em um cenário tranquilo porque trabalhamos para que 100% dos moradores sejam vacinados, tanto pelo bem deles quanto dos outros. Porém, o importante é que de 80% a 85% da população geral tenha tomado as duas doses para atingirmos a imunização coletiva. Sabemos que algumas pessoas não querem se vacinar. Não podemos obrigá-la, mas estamos nos mobilizando para sensibilizá-las.
A prefeitura aguarda acesso a uma plataforma de dados do Ministério da Saúde para fazer novo levantamento sobre a quantidade de pessoas que não voltaram para receber a segunda dose. A última apuração, realizada no início de setembro, indicava 25 mil desistentes da CoronaVac e outros 12 mil da AstraZeneca, mas a prefeitura afirma que alguns deles podem ter se vacinado em outra cidade.
Terceira dose
Paulo Roberto Correa lembra que além da conclusão do ciclo de duas aplicações, a preocupação da Secretaria Municipal de Saúde atualmente é garantir a busca pela terceira dose entre os grupos que foram convocados para receber o reforço.
Por enquanto, a dose extra é indicada para idosos com mais 60 anos, pessoas com alto grau de imunossupressão e profissionais da saúde. Estes grupos já estão sendo convocados por etapas, mas Correa calcula que até janeiro de 2022 todos tenham sido atendidos, já que é preciso aguardar seis meses após a aplicação da segunda dose. Os critérios para receber a terceira injeção estão disponíveis neste link.
— Em BH, este grupo está recebendo, prioritariamente, a vacina da Pfizer, mas há autorização do Ministério da Saúde para usar a AstraZeneca. Por enquanto, ainda não vamos precisar mudar a marca, já que temos recebido carregamentos da Pfizer.