O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram neste sábado recomendações para a viagem de brasileiros que estavam em Wuhan, na China, epicentro dos casos do novo coronavírus, e voltarão ao Brasil na madrugada deste domingo, em operação de repatriação.

O documento traz orientações para tripulação, equipe médica e brasileiros repatriados e detalha os procedimentos para a quarentena após a chegada ao Brasil. A intenção é evitar a propagação do coronavírus, que já infectou mais de 30 mil pessoas na China. Por enquanto, o Brasil não teve nenhum caso confirmado, mas investiga nove suspeitos.

Do embarque em Wuhan à chegada ao Brasil, o ministério reforça que os repatriados devem ser constantemente lembrados de: cobrir a boca e o nariz com a máscara, substituí-la quando ficar úmida, cobrir o nariz e a boca com cotovelo flexionado ou lenço de papel se tossir ou espirrar e descartar o lenço logo após o uso, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca e não compartilhar coisas como copos, talheres, canetas, telefones com outros repatriados.

Após apelo de brasileiros na China, o governo anunciou que faria repatriação e quarentena. De acordo com nota divulgada pelos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa, seriam trazidos todos os brasileiros que se encontram naquela região e que manifestarem desejo de retornar ao Brasil.

Antes do embarque e durante o voo

O ministério recomenda que os passageiros passem por exames clínicos antes do embarque no aeroporto de Wuhan para verificar se há alguém sintomático.

Repatriados devem usar máscara cirúrgica durante toda a viagem. Ela deve ser trocada a cada quatro horas ou quando estiver molhada ou suja. A orientação é não trocar de assento e evitar circulação entre as áreas da aeronave.

Tripulação e equipe de saúde devem usar banheiros diferentes dos passageiros.

Tripulantes devem usar máscara, avental impermeável, luvas, gorro e óculos de proteção
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Tripulantes e repatriados devem evitar falar enquanto a refeição estiver sendo servida: “na distribuição das refeições e lanches, é aconselhável que não haja diversidade na oferta de alimentos e bebidas, para evitar demora no serviço de bordo e conversas excedentes. Preferencialmente, deverá ser disponibilizada refeição já individualizada e pronta para consumo”, diz o documento.

Pilotos não precisam usar equipamentos de proteção individual porque ficam numa área separada do avião. Se tiverem contato eventual com repatriados, devem usar máscaras cirúrgicas.

Tripulantes e membros da equipe de suporte do ministério da Saúde devem usar máscara, avental impermeável, luvas, gorro e óculos de proteção.

Cada passageiro receberá manta, máscara cirúrgica, travesseiro, álcool gel, escova de dente, creme dental, lenço de papel, saco para vômito e saco para lixo individual.

Escalas

O itinerário de voo prevê quatro escalas: em Ürümqi, na China, Varsóvia, na Polônia, Las Palmas, na Espanha e Fortaleza (CE).

O contato entre equipes de solo dos aeroportos e a tripulação do avião e repatriados deve ser restrito. Reabastecimento de alimentos, por exemplo, deve ser feito pelos tripulantes. Se isso não for possível, a equipe de solo deve usar equipamento de proteção para fazê-lo.

Além disso, “todo lixo gerado dentro da aeronave é classificado com risco potencial ou efetivo à saúde pública”, diz o documento, e deve ser descartado seguindo orientações específicas.

Após a chegada ao Brasil

O desembarque será em Anápolis (GO), na madrugada de domingo.

Ao chegar ao Brasil, os repatriados ficarão por 18 dias numa área de quarentena na Base Aérea de Anápolis, a 55 km de Goiânia.

Segundo o ministério da Saúde, regras de convivência sobre esse período serão comunicadas aos repatriados pelo ministério da Defesa.

No entanto, o documento adianta que todos que entrarem na zona de quarentena devem usar máscara e todos que entrarem nos quartos, como profissionais de saúde e equipe de limpeza, devem usar também luvas, avental impermeável, óculos de proteção ou protetor facial e gorro.

Novo vírus já infectou mais de 30 mil pessoas na China; por enquanto, o Brasil não teve nenhum caso confirmado
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Os repatriados devem receber atendimento psicológico, diz a pasta. Eles serão atendidos por uma equipe de saúde mental que vai avaliar seu grau de sofrimento e sugerir caminhos de tratamento – uso de psicotrópico, psicoterapia, ou apenas observação.

“As medidas de isolamento em situação de emergência trazem diversas mudanças na organização da vida das pessoas, alterando a rotina e promovendo afastamento com quem se mantém forte vínculo afetivo, podendo levar ao sofrimento psíquico. É esperado que em situações de isolamento e de um possível adoecimento as pessoas fiquem mais fragilizadas, chorosas, tristes ou com raiva, o que pode gerar efeitos negativos sobre a imunidade. Portanto é preciso cuidar do paciente em sua totalidade e de forma humanizada, considerando os aspectos físicos, o estado emocional, social e espiritual”, diz o documento.

Os repatriados devem ser examinados três vezes por dia para a avaliação de temperatura, sinais vitais e possível presença de sintomas.

Exames para a presença do vírus serão feitos na chegada, no sétimo e no 14º dias. Se o resultado for negativo, repatriados poderão sair da quarentena em 18 dias de quarentena. Se for positivo ou o paciente apresentar sintomas, ele ficará em quarentena até os sintomas passarem ou até que exames de teste para o vírus resultem negativos.

Últimos dados

Até a conclusão desta reportagem, a doença já havia infectado mais de 31 mil pessoas na China, com 636 mortes.

Fora da China, outros 270 casos foram confirmados em pelo menos 25 países, com uma morte, nas Filipinas.

Por enquanto, o Brasil não teve nenhum caso confirmado de coronavírus, mas investiga nove casos suspeitos.

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