O novo coronavírus, causador da covid-19, se tornou uma ameaça global que exigiu esforços científicos nunca antes vistos. Pesquisadores de todas as partes do mundo desenvolvem estudos para entender a doença, tentar encontrar o tratamento mais eficaz e até a cura da doençaNa China, país que havia tido uma experiência prévia com o coronavírus da SARS em 2002 e 2003, já havia conhecimento científico disponível para que linhas de pesquisas fossem reposicionadas para o novo coronavírus. Rapidamente, começaram testes com uma série de medicamentos reposicionados, ou seja, desenvolvidos para outras doenças, mas que havia esperanças de que pudessem auxiliar no tratamento de quadros graves da covid-19Foi aí que alguns estudos in vitro — com células em laboratório — apontaram alguns medicamentos candidatos, mas que precisavam ser testados ao longo do tempo em pacientes. Alguns desses fármacos ficaram famosos no Brasil, como a hidroxicloroquina (para malária e doenças autoimunes), a azitromicina (antibiótico) e a ivermectina (antiparasitário). Todavia, estudos já descartaram a eficácia desses medicamentos no combate ou prevenção da covid-19O único medicamento que comprovadamente reduziu o tempo de internação e a mortalidade em pacientes graves foi o anti-inflamatório dexametasona. Em junho, um estudo da Universidade de Oxford concluiu que a droga reduziu em 40% o risco de morte nos pacientes em respiradores. Já para aqueles que estavam utilizando oxigênio suplementar, a taxa foi de 25% a 20%Enquanto pesquisadores buscavam por um ou vários medicamentos capazes de reduzir ao menos o tempo de internação dos pacientes graves, um equipamento era indispensável: o respirador. O mundo disputou esses aparelhos no começo da pandemia, já que casos de covid-19 severos exigem períodos prolongados de intubação, o que dificulta a rotatividade das vagas em UTIsQuando nem o respirador foi suficiente para garantir uma chance de sobrevivência, muitos hospitais ao redor do mundo recorreram a uma técnica de suporte pouco usada até então, a oxigenação por membrana extracorporal (ECMO, na sigla em inglês). O equipamento funciona como um pulmão artificial fora do corpo. A alternativa ajuda, em alguns casos, enquanto os pulmões naturais do paciente se recuperam da infecção pelo coronavírusDesde o início da pandemia, o laboratório norte-americano Gilead promoveu testes com seu antiviral Remdesivir para pacientes internados com covid-19. O medicamento foi criado para hepatite C e vírus sincicial respiratório, mas não funcionou, e foi redirecionado para tratar casos de ebola. Em novembro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a considerar o Remdesivir como uma opção para o tratamento da doença. No entanto, o alto custo da droga ainda é um impeditivo para muitos países. Estima-se que o curso de cinco dias custe em torno de US$ 2.340 (R$ 11,9 mil).Outro tratamento experimental utilizado nos Estados Unidos tem sido o coquetel de anticorpos monoclonais REGN-COV2, desenvolvido pelo laboratório Regeneron Pharmaceuticals (foto). O produto ficou famoso após ter sido usado pelo presidente dos EUA Donald Trump quando foi infectado pelo coronavírus. O coquetel tem autorização de uso emergencial no país e mostrou redução de hospitalizações em casos leves e moderados. No entanto, não é indicado para casos gravesMas a corrida por uma vacina se tornou algo mais do que necessário para conter um vírus que se espalha com tanta rapidez. Laboratórios que já tinham linhas de pesquisa de imunizantes contra outros coronavírus e tecnologias de plataforma de vacinas nunca antes usadas em larga escala saíram na frente. Em menos de seis meses, Moderna (EUA) e Universidade de Oxford/AstraZeneca (Reino Unido) já estavam com pesquisas em estágios avançadosA vacina de Oxford, por exemplo, chegou a ser considerada pela OMS a que estava mais perto de ser aprovada. No entanto, a suspeita de uma doença provocada por uma reação adversa fez os testes serem pausados no mundo todo. Mais tarde pesquisadores afirmaram que não foi confirmado que a doença estaria relacionada com a vacinaA Rússia aprovou o uso emergencial da vacina Sputnik V, desenvolvida por um instituto estatal, em 11 de agosto, antes mesmo de iniciar a fase 3 de estudos clínicos. A ausência de estudos robustos fez a própria OMS manifestar preocupação. O país já iniciou a vacinação em massa e exportou o imunizante para outros países, como a Argentina, que também já iniciou a vacinação. A AstraZeneca, que desenvolve a vacina de Oxford, estuda uma combinação de sua vacina com a Sputnik VMas foi a vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech que cruzou primeiro a linha de chegada. Com dados robustos da primeira etapa de análise da fase 3, as empresas conseguiram registros para uso emergencial no Reino Unido, Estados Unidos, México, Chile e outros países

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