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Autoridades de saúde investigam mais de 200 casos suspeitos de reinfecção da covid-19 no estado de São Paulo. A informação foi obtida com exclusividade pelo jornalismo da Record TV.
Em junho do ano passado, Daniela já imaginava que o resultado do exame para covid-19 seria positivo. “Acordei e fui tomar café, não senti o gosto do café. Fomos fazer o PCR e deu positivo”, conta Daniela Tognetti.
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Mas oito meses depois, quando procurou o médico por causa de uma dor de garganta, não pensou que iria encontrar a palavra “detectado” pela segunda vez.”A dor de garganta da segunda vez me incomodou muito, eu acho que foi mais forte”, diz Daniela.
As reinfecções pelo coronavírus são raras. No mundo todo, são 55.182 casos suspeitos, mas apenas 88 casos confirmados. Até o momento, três pessoas morreram quando foram infectadas pela segunda vez. Por meio da lei de acesso à informação, o Jornal da Record constatou que, só em São Paulo, 201 casos são investigados.
Exclusivo: autoridades de saúde investigam mais de 200 casos suspeitos de reinfecção da covid-19 no estado de São Paulo. Assista ao #JornalDaRecord ao vivo: https://t.co/OVyJhoOHBV #JR24H pic.twitter.com/gR0wEF8J7m— Jornal da Record (@jornaldarecord) June 4, 2021
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que segue as diretrizes do Ministério da Saúde, que define como reinfectada a pessoa que teve resultado positivo em um teste PCR com 90 dias de diferença para o primeiro exame confirmado. Usando esse metódo, são três casos constatados até agora em São Paulo.
Esse intervalo é determinado para evitar que casos prolongados da doença sejam confundidos com a reincidência, explica a bióloga Camila Malta Romano. “É altamente recomendado que tenha uma identificação genética do vírus que causou a segunda infecção e compará-lo com o que causou a primeira infecção, de forma que consiga identificar que não foi persitência do vírus, mas vírus diferentes no hospedeiro.”
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Uma pesquisa publicada na revista científica “The Lancet” estima que uma pessoa infectada pode ficar protegida por até dez meses. Mas outros estudos ainda estão sendo feitos para se saber exatamente o tempo que os anticorpos agem após a primeira infecção.“A grande imensa maioria das pessoas desenvolvem anticorpos contra o vírus durante a primeira infecção, O que tem acontecido é que essa imunidade por não ser suficiente para bloquear uma segunda infecção”, detalha Camila.
É importante identificar esses casos. Tanto para estudar o comportamento do coronavírus e quais são os impactos das reinfecções no organismo, como para evitar que essas pessoas contraiam o vírus novamente e o propaguem para grupos maiores.
“E se eu tiver a terceira vez e for grave? A gente não sabe. Ou se eu tiver a terceira vez e passar pra alguém que eu amo? Eu tenho medo disso”, desabafa Daniela.