Vacina é indicada apenas a quem está exposta ao risco
Jose Torres/SXC.hu

Mulheres grávidas, que vivem em área de risco de transmissão da febre amarela ou precisam se deslocar para regiões onde ocorre surto, podem se vacinar contra a doença.

A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) pela Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbin), durante simpósio sobre vacinação da gestante no Rio de Janeiro.

Até o momento, a principal orientação de médicos e profissionais da área era de que mulheres grávidas evitassem se vacinar contra a doença devido ao risco de o vírus atenuado utilizado na elaboração da vacina infectar o bebê.

Custo x benefício

De acordo com a presidente da Sbin, Isabella Ballalai, este risco é teórico. “Não existem, na literatura mundial, registros de má-formação de feto causada pela vacina da febre amarela. Portanto, fazendo a relação entre o risco que a vacina representa e o risco que a doença representa, a vacina é a melhor forma de proteger a mãe e o bebê”, afirma.

Veja também

Febre amarela: vacina atende Itaim Bibi, Morumbi e Vila Matilde em SP
Febre amarela: sobe para 846 casos e 260 mortes no Brasil
Alérgicos a ovo podem receber vacina contra febre amarela em BH
Febre amarela: vacina atende Itaim Bibi, Morumbi e Vila Matilde em SP
Febre amarela: sobe para 846 casos e 260 mortes no Brasil
Alérgicos a ovo podem receber vacina contra febre amarela em BH

É importante destacar que a orientação vale para mães que vivem ou circulam em lugares que enfrentam surto da febre amarela, como os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

“A vacina da febre amarela não é contraindicada na gestação. Ela é uma vacina que deve ser considerada quando o risco de adoecer é maior do que qualquer risco teórico de qualquer dano para a grávida e para o feto”, explica a presidente da Sbin.

Gestantes expostas à febre amarela

Durante o evento, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também defendeu a indicação de vacina em gestantes. “Quando a gestante vive em uma região onde há a circulação do vírus da febre amarela, ou seja, há uma exposição, um risco aumentado, nós vacinamos sim a grávida pelo risco a que ela está submetida”, disse o presidente do Departamento de Imunização da SBP, Renato Kfouri.

De acordo com Kfouri, em outras campanhas de vacinação contra a febre amarela realizadas no Brasil, centenas de mulheres receberam a vacina sem saber que estavam grávidas. Ele afirma que elas foram acompanhadas durante toda a gestação e nenhuma apresentou problemas.

“Não houve nenhum problema na gestação, de abortamento, para o bebê ou prematuridade, ou seja, a vacina se demonstrou segura mesmo em grávidas”, diz Kfouri.

Saiba mais: Sobe para 846 casos e 260 mortes em decorrência da febre amarela no Brasil

O Ministério da Saúde também se manifestou sobre o assunto. De acordo com Carla Domingues, do Programa Nacional de Imunização, vacinas de vírus atenuado podem ser usadas em gestantes, desde que haja uma indicação para isso, desde que essa gestante esteja exposta ao risco de contrair a doença.

“Os riscos são teóricos, nós não temos nenhuma evidência prática de que estas vacinas vão aumentar o risco de adversidades para a mãe ou para o bebê. Como nós temos que trabalhar sempre com a questão da segurança, nós vamos colocar, como precaução, a questão da vacinação. Num momento de surto, de necessidade, essas vacinas serão indicadas”, afirma Carla.

Mulheres em período de amamentação

A situação é diferente para mulheres que estão amamentando bebês com menos de seis meses de idade. “São poucos casos relatados, mas existem bebês que estão bem, que se recuperaram e não ficaram com sequelas, mas que se contaminaram pelo vírus da vacina transmitido pelo leite da mãe. Esses bebês não nascem infectados com o vírus vacinal, mas recebem dessa mãe que foi vacinada”, diz Isabella.

Kfouri explica que bebês pequenos, com menos de seis meses, não têm indicação de vacina contra febre amarela, por isso, receber o vírus da mãe pode ser perigoso.

“Se realmente as mães estão em uma zona de alto risco e precisarem ser vacinadas, se estão amamentando crianças menores de seis meses de idade, o aleitamento deve ser suspenso por dez dias”, afirma.

Veja alternativas para quem não pode tomar a vacina:

 

CategorySaúde

Copyright © 2016 - Plena Jataí. Todos os direitos reservados.

Clínica/Laboratório: (64) 3631-5080 | (64) 3631-5090
Farmácia: (64) 3631-8020 | (64) 3631-8030
Imagem: (64) 3631-6001