Governo Russo ainda vai indicar data de entregas
Yuri Kochetkov/EFE/EPA – 25.06.2021
O Governo de Minas Gerais deve empenhar R$ 22,1 milhões na compra das 428 mil doses da vacina russa contra covid-19, Sputnik V, que tiveram autorização para importação excepcional por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na última semana.
A negociação, segundo interlocutores, está em fase avançada para assinatura dos contratos. Mateus Simões, secretário de Governo da gestão de Romeu Zema (Novo), explica que o Estado deve pagar US$ 9,95 (R$ 51,53 na cotação do dia) por dose.
— Agora continuamos negociando o prazo de entrega das vacinas.
Carolina Bernardes Enham, cônsul da Rússia em Minas Gerais, explica que o valor é o mesmo cobrado pelo laboratório estatal russo Gamaleya pelo medicamento em todo mundo, inclusive para os estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste brasileiro que também foram autorizados pela Anvisa para importação excepcional.
Elo entre os governos russo e mineiro na negociação desde outubro de 2020, a cônsul acredita que a farmacêutica estrangeira deve sinalizar em breve as condições de entrega.
— Logo no começo das conversas, a ideia era receber [as doses] até o mês de agosto. A gente ainda trabalha com esta possibilidade, mas temos que aguardar o retorno do Fundo Soberano Russo sobre a disponibilidade de entregas do laboratório, principalmente mediante as demandas internacionais.
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Limites
A Anvisa ainda não autorizou o uso da Sputnik V em larga escala no país. Com a credencial atual, o medicamento que exige duas doses pode ser aplicado em 1% da população, aproximadamente 212 mil pessoas no caso de Minas Gerais.
A Agência Sanitária ainda impôs outros critérios para utilização do imunizante, como destinação apenas aos moradores que não têm problemas de saúde e só realizar a aplicação após o lote importado ser avaliado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Segundo o Fundo Sonerano Russo, a Sputnik V tem eficácia de 97,6%, segundo avaliação feita com dados de 3,8 milhões de pessoas.