Médicos do Centro de Contingência discutem maior intervalo entre doses da vacina
Sebastião Moreira/EFE – 10.11.2020

O governo de São Paulo afirmou, nesta quarta-feira (27), que quer utilizar todas as vacinas para oferecer a 1ª dose aos grupos prioriários, sem reservar metade para garantir a aplicação da 2ª dose. “O prazo de 28 dias pode ser estendido por até mais 15 dias. No estudo, aconteceram alguns casos que tiveram essa vacinação e não tiveram nenhum problema do ponto de vista da resposta imunológica”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. “No caso do Brasil, o que se discute não é nem esse espaçamento, mas a necessidade de reserva de 50% das doses nesse momento”, disse ele.

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“Todos receberam as doses e tiveram a autorização do PNI para aplicar metade do quantitativo e reservar metade para a 2ª dose. A discussão principal é se todos deveriam ser vacinados com 1ª dose, o quantitativo de vacinas aplicados para a 1ª dose. Para a segunda dose, teríamos um quantitativo adicional e não reservar nesse momento 50% das doses. Isso não seria eticamente justificado. Se temos a vacina na prateleira, temos do outro lado pessoas morrendo. Precisamos usar essas vacinas. É melhor usarmos na sua totalidade e depois 28 dias ou 40 dias, providenciarmos a 2ª dose. Isso é o que seria lógico e eticamente responsável e teríamos condições de atender”, explicou Dimas Covas. 

No entanto, o secretário de saúde, Eduardo Ribeiro, afirmou que, nesse momento, o governo fez uma consulta ao Centro de Contingência da Covid-19, que será formalizada também pelo Instituto Butantan, ao PNI (Programa Nacional de Imunização) para que o órgão possa se manifestar sobre a postergação do prazo da 2ª dose “nos termos indicados pelo fabricante”, informou. 

Os médicos do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo afirmaram também são favoráveis à possibilidade de aumentar o intervalo entre a 1ª e a 2ª dose da CoronaVac. “O governo de São Paulo é favorável a toda estratégia que permita ampliação da abrangência do público-alvo”, afirmou Eduardo Ribeiro, secretário executivo da Secretaria da Saúde. 

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“O que temos é uma diretriz do Programa Nacional de Imunização que recomenda que a vacina CoronaVac seja aplicada em duas doses num intervalo entre 14 e 28 dias e todos os lotes encaminhados para os governadores estaduais, inclusive para São Paulo, vem com uma recomendação expressa que todos os lotes compreendam duas doses”, afirmou o secretário.

O secretário explicou ainda que o órgão precisa de um respaldo técnico para ampliar o intervalo entre as doses da vacina. “Isso permite uma maior abrangência na utilização de todo o quantitativo de vacinas para aplicação em primeira dose”, disse. A pasta se refere a uma manifestação formal do PNI com uma nova orientação. Entretanto, o secretário lembrou que o quantitativo total de doses recebidas pelo governo de São Paulo ainda é insuficiente para esgotar o público alvo de trabalhadores da saúde.

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