Continente africano teria passado por subnotificação de casos
Sumaya Hisham/Reuters – 28.11.2021
Um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que mais de dois terços dos africanos podem ter sido expostos à Covid, ou contraído o vírus, nos últimos dois anos, um número 97 vezes maior que as cifras oficiais de casos reportados.
Os testes de laboratório detectaram 11,5 milhões de casos de Covid-19 e 252 mil mortes no continente africano.
Contudo, o estudo da OMS — que ainda deve ser submetido a revisão — revela que os números oficiais apresentam “provavelmente apenas uma parte da extensão real das infecções por coronavírus na África”.
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“Uma nova análise […] revela que o verdadeiro número de infecções é até 97 vezes mais elevado que a cifra de casos confirmados”, disse a diretora para a África da OMS, a botsuana Matshidiso Moeti.
“[O estudo] sugere que mais de dois terços de todos os africanos podem ter sido expostos ao vírus da Covid-19”, acrescentou.
O documento analisa mais de 150 estudos, publicados entre janeiro de 2020 e dezembro do ano passado, e mostra que a exposição ao vírus subiu de apenas 3%, em junho de 2020, para 65%, em setembro de 2021.
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“Em termos reais, o estudo supõe que, em setembro de 2021, em vez dos 8,2 milhões de casos informados oficialmente, havia 800 milhões”, afirmou Moeti.
Devido ao acesso limitado a centros de detecção da doença no continente, muitos casos entre os africanos não foram notificados.