Objetivo dos cientistas é saber se vacina protege contra infecção por novas cepas
Steve Parsons/Reuters
A Universidade de Oxford, no Reino Unido, vai analisar a eficácia da vacina contra covid-19 desenvolvida pela instituição, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, em variantes brasileiras do coronavírus.
As amostras de duas cepas achadas no Brasil P.1 e P.2 foram enviadas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aos pesquisadores de Oxford.
A P.1, descoberta no Amazonas, é classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma das três “variantes preocupantes”, junto com as do Reino Unido (B.1.1.7) e África do Sul (B.1.351). A P.2 foi identificada no Rio de Janeiro, no fim do ano passado.
Vacina de Oxford é uma das que estão em uso no Brasil
Andy Buchanan/Pool via Reuters
Isto ocorre porque elas possuem alterações importantes na composição das proteínas do vírus que impactam na resposta imune da pessoa infectada, favorecendo a replicação mais rápida do patógeno, e uma facilitam a ligação do vírus ao receptor das células humanas.
Nos próximos dias, a universidade deve divulgar os primeiros resultados sobre o comportamento da vacina com as novas variantes — ainda não se sabe se esta análise já incluirá as cepas brasileiras.
Até agora, vacinas a variante sul-africana parece ser a mais resistente às vacinas que já foram testadas.
A Moderna informou na semana passada que essa cepa provocou uma redução de seis vezes nos títulos de anticorpos em testes com a vacina desenvolvida por ela.
Apesar desta redução, os níveis de título de neutralização com B.1.351 permanecem acima dos níveis que se espera sejam protetores”, acrescentou.
Mesmo assim, a empresa decidiu dar andamento em uma reformulação da vacina e em testes de uma terceira dose como forma de compensar a perda de anticorpos provocada em pessoas que têm contato com a cepa sul-africana.
A vacina da Novavax, ainda em fase final de testes em humanos, foi testada na África do Sul e apresentou uma forte queda da eficácia contra a cepa B.1.351: 50%.