Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson
Daniel LEAL / AFP

Em mais um passo que aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que vê o cargo por um fio, a Polícia Metropolitana de Londres anunciou nesta terça-feira (25) uma investigação sobre as várias festas realizadas em Downing Street e outras dependências do governo nos últimos dois anos que configuraram violações das regras de confinamento.

O chefe de governo prometeu que vai cooperar plenamente com a investigação.

Após Johnson passar pela humilhação de ter tido que pedir desculpas há dez dias à rainha Elizabeth 2ª por haver celebrado duas festas com música e bebidas alcoólicas na véspera do enterro do marido da soberana, Philip, e em pleno confinamento, em abril do ano passado, Downing Street deve passar agora por uma investigação da Scotland Yard.

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Johnson “e todos os que forem procurados cooperarão plenamente em tudo o que for solicitado”, prometeu um porta-voz do governo depois que a chefe de polícia, Cressida Dick, anunciou a abertura de investigações sobre “possíveis infrações das normas sobre a Covid-19 nas dependências do Executivo.

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“Os cidadãos esperam, com razão, que a polícia defenda a lei, sem medo ou favorecimentos, independentemente de quem afeta”, declarou o prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, insistindo que “não pode existir uma regra para o governo e outra para todos os demais”.

A polícia londrina foi muito criticada por não investigar retroativamente supostas infrações das regras anti-Covid. E acusada de fechar os olhos para as evidências de várias festas celebradas em Downing Street, onde ficam o escritório e a residência oficial de Johnson, apesar da presença permanente de agentes na entrada.

“Posso confirmar que a Met (Polícia de Londres) está investigando uma série de eventos que ocorreram em Downing Street e em Whitehall nos últimos dois anos, em relação a possíveis infrações da norma sobre a Covid-19”, declarou Cressida, na Assembleia de Londres.

Na noite de segunda-feira, a ITV noticiou que o primeiro-ministro Boris Johnson celebrou seu aniversário com várias pessoas próximas, em pleno confinamento. Este foi o episódio mais recente de uma sequência de vazamentos para a imprensa desde dezembro, o que gerou a pior crise política vivida pelo polêmico líder conservador desde que chegou ao poder, em 2019.

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Segundo essa emissora privada, Johnson participou de uma festa organizada por sua esposa em 19 de junho de 2020, quando esse tipo de reunião estava proibido. Até 30 pessoas teriam ido ao evento, incluindo a decoradora Lulu Lytle, responsável pela cara reforma do apartamento do premiê em Downing Street. O financiamento da obra também causou polêmica.

Segundo uma porta-voz, o primeiro-ministro permaneceu “menos de dez minutos” na reunião. 

“Isso é completamente falso. Seguindo as regras daquela ocasião, o primeiro-ministro recebeu um pequeno número de familiares, em área externa, naquela noite”, informou Downing Street. 

Há semanas, Boris, de 57 anos, luta por sua sobrevivência política diante das incessantes revelações sobre festas realizadas em Downing Street e em outras instalações do governo, quando as normas sanitárias anti-Covid-19 proibiam eventos dessa natureza.

Para tentar amenizar o escândalo e acalmar os muitos deputados de seu próprio partido, os quais se juntaram à oposição para exigir sua renúncia, o premiê encarregou uma funcionária do alto escalão do governo, Sue Grey, de fazer uma investigação interna. Suas conclusões serão divulgadas em breve. 

Dominic Cummings, agora influente ex-assessor do primeiro-ministro suspeito de estar na origem de muitos desses vazamentos, recusou-se a ser interrogado no âmbito dessa referida investigação. Segundo ele, se assim fizesse, Boris Johnson “inventaria histórias absurdas”. Por isso, preferiu testemunhar por escrito.

Cummings multiplicou os ataques contra seu ex-chefe desde que deixou o cargo, no fim de 2020, em um contexto de disputas internas. Ele já avisou que “outras histórias prejudiciais” podem vir à tona, se Johnson não renunciar.

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