Taxas de suicídio no Brasil vem aumentando e há prevenção. Jovens têm sido um grupo representativo. Papel de toda a sociedade no combate é essencial e Campanhas de Prevenção como a do Setembro Amarelo são fundamentais.
Dr Joel Rennó Jr

Hoje, 01/09/2021, inauguramos mais um Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do Suicídio. Tal Campanha ocorre desde 2014 através de uma parceria entre o CFM (Conselho Federal de Medicina) e Associação Brasileira de Psiquiatria. No Brasil, cerca de 13 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, as nossas taxas, ao contrário das mundiais, crescem, principalmente entre os mais jovens. E são mortes evitáveis. Cerca de 97% das tentativas de suicídio são decorrentes de quadros psiquiátricos tratáveis como depressão, transtorno bipolar e dependência de álcool e drogas. Ou seja, as doenças mentais são o principal fator de risco e precisamos otimizar o diagnóstico e tratamento precoce dos mesmos.

Há diversos fatores de risco associados ao suicídio.  Demissões em massa desencadeiam comportamento suicida em adultos e até em algumas categorias de adolescentes, segundo um estudo publicado (entre outros), em 2014, no American Journal of Public Health. Pesquisadores da Escola de Políticas Públicas da Universidade de Duke, nos EUA, avaliaram, entre 1997 e 2009, os efeitos de demissão em massa em uma população diversificada de 400 mil  adolescentes – com idade média de 16 anos.

Os resultados mostraram que quando 1% da população em idade de trabalhar (indivíduos de idades entre 25 a 64 anos) perderam seus empregos, todos os comportamentos relacionados com o suicídio (ideação, planejamento e tentativa) avaliados no estudo aumentaram 2% em meninas, enquanto os meninos não foram afetados.

Para as meninas, a dificuldade econômica parece ter piorado tendências suicidas existentes, segundo os autores sugerem. Ao observar a etnia, o aumento de suicídio na população afro-americana é nítido. Demissões em massa não afetaram os comportamentos relacionados com o suicídio em adolescentes brancos ou hispânicos. Os pesquisadores esperam que suas descobertas possam ajudar os médicos a identificar os adolescentes que poderão estar em maior risco de suicídio.

Extrapolando esses dados para o Brasil, dá para fazer uma análise de que adolescentes ou jovens adultos em dificuldades econômicas possam ser mais vulneráveis à depressão e ao suicídio. O pior é que essas pessoas têm pouca assistência ou possibilidade de tratamento da depressão na Rede Pública de Saúde nacional e o diagnóstico precoce da depressão raramente é realizado.

Profissionais da área clínica e que trabalham com adolescentes devem ficar atentos e serem preparados para entender que em momentos econômicos difíceis pode haver aumento de transtornos mentais e do risco de suicídio – principalmente na população mais carente e desassistida pelo Estado. A própria Comunidade pode contribuir com importantes discussões sobre cuidados de primeira linha que sejam eficazes e baratos na prevenção de suicídio.

Por fim, já passou da hora dos clínicos serem capazes de fornecer ferramentas educacionais importantes em saúde mental, respaldados por ações comunitárias e escolares. Medidas simples, planejadas e baratas podem trazer bons resultados.

Saiba mais em www.setembroamarelo.com e CVV 188

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