O Ministério Público de São Paulo começou a receber os documentos sobre a Prevent Senior reunidos pela CPI da Covid no Senado.
O dossiê levantado pelos senadores vai subsidiar os primeiros passos da investigação da força-tarefa paulista em torno da conduta da operadora de planos de saúde na pandemia.
Por ordem do procurador-geral da Justiça do Estado, Mário Sarrubbo, a apuração deverá receber “atenção total” nos próximos meses.
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Enquanto estruturam o inquérito, os oito procuradores deslocados para o caso também analisam quem deverá ser ouvido em breve. A expectativa é que os depoimentos comecem a ser tomados entre o fim desta semana e o início da semana que vem.
As suspeitas que atingem a Prevent Senior vieram a público a partir da comissão parlamentar que investiga a gestão da crise da Covid-19 pelo governo federal.
Médicos disseram ter sofrido pressão da operadora de planos de saúde para administrar remédios ineficazes contra o novo coronavírus – o chamado “kit Covid” – em pacientes diagnosticados com a doença, sem o seu consentimento. Os profissionais também afirmam ter recebido orientação para ocultar mortes em estudo.
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Em depoimento à CPI nesta terça-feira (28), a advogada Bruna Morato, representante dos médicos que denunciaram a Prevent Senior, acusou o governo federal de firmar um “pacto” com a operadora de saúde para validar o “tratamento precoce” e usar o estudo fraudado para confirmar o discurso do Planalto contra o isolamento social.
A investigação do Ministério Público de São Paulo tramita no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e apura se a aplicação de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19 em pacientes da Prevent Senior que vieram a óbito configura crime de homicídio.
Apuração deverá receber ‘atenção total’ nos próximos meses
Divulgação
Em nota divulgada ontem, a empresa negou o que chamou de “acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI e à imprensa”.
“A Prevent Senior estranha o fato de a advogada manter no anonimato os supostos médicos autores da acusação. A empresa ainda não teve acesso aos autos da CPI para fazer sua ampla defesa”, relatou a empresa.
A Assembleia Legislativa de São Paulo também vai apurar o caso, em uma CPI proposta pelo deputado Paulo Fiorilo (PT).