Carlos Alberto esclareceu verdadeiro motivo de sua internação
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Nesta segunda-feira (13), o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega contou que, na verdade, a infecção generalizada que o levou à internação foi causada por uma infecção bacteriana na próstata e não pelo consumo de um iogurte vencido:
“Aconteceu uma coisa errada, uma grande coincidência. Realmente eu tomei um iogurte que estava vencido, mas não tem nada a ver, foi uma incrível coincidência. O que eu tenho, depois de vários exames que fiz aqui, é uma prostatite bacteriemia”, explicou em rede social.
A prostatite é uma inflamação na próstata. Nem sempre ela é causada por uma bactéria, como aconteceu com o apresentador, embora esses casos sejam os mais comuns, conforme explica o urologista Emílio Sebe, especialista em próstata e membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês.
“É uma glândula muito irrigada, então tem muita chance de infeccionar. Além disso, ela tem vários canais que fazem ligação com a uretra, canal por onde passa a urina e tem muitas bactérias que podem penetrar nessa próstata”, esclarece.
A prostatite é muito comum e se torna mais frequente depois que os homens iniciam suas vidas sexuais. Ela poder ser aguda ou crônica. Ambas causam dores e dificultam a rotina, inclusive sendo incapacitante em alguns casos. Situações que evoluem para infecção generalizada, como a de Carlos Alberto, são raras e ocorrem por falta de tratamento.
“No início é aguda, com muitos sintomas de dor e queimação que atrapalham o dia a dia do homem, muitas vezes ele não consegue nem trabalhar. Se o tratamento não for eficaz, pode se tornar crônica”, alerta o médico. Apesar disso, a doença não é grave.
Os sintomas da prostatite aguda também incluem febre, mal-estar e dificuldade para urinar causada pela dor. “A próstata fica em volta da uretra. Então, se ela está inflamada, aperta o canal da urina, é por isso que o paciente sente dores”, explica Sebe.
A crônica possui os mesmos sinais, a diferença é que a dor é menos intensa, mas permanente. Existem casos sem cura, de acordo com o médico.
O diagnóstico é realizado pela análise do quadro clínico do paciente. “É feito o toque retal e o paciente sente muita dor. Além disso, a próstata aumenta de tamanho”, descreve.
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O tratamento varia de acordo com o tipo de prostatite e o quadro do paciente. No geral, é feito com antibióticos, analgésico e antitérmicos. Se a inflamação for aguda, dura de 10 a 14 dias.
Já a prostatite crônica exige mais tempo de medicação. “Tem paciente que fica pelo menos 30 dias em tratamento ininterrupto”, exemplifica o urologista.
O médico ainda explica que o tratamento é demorado porque a próstata é muito pequena em comparação com o corpo inteiro.
“A próstata pesa de 20 a 30 g na juventude, é muito desproporcional se formos considerar um paciente de 50 kg. O medicamento chega na glândula por meio do sangue, mas a quantidade que chega lá é muito pequena, porque a corrente sanguínea se espalha pelo corpo”.
Para a prostatite crônica existe uma terapia que é feita com ondas eletromagnéticas aplicadas no períneo, região que fica entre o saco escrotal e o ânus. “Funciona como uma massagem que força a saída das bactérias [da próstata] pela uretra”, detalha.
Conforme a idade do paciente, pode ser indicada cirurgia para retirada do tecido da próstata. “Eu tenho um paciente de 48 anos que está há cinco anos com prostatite. Ele será operado”, cita o especialista. Ele acrescenta que não há como prevenir a infecção.
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