Karina Bacchi já tentou engravidar 6 vezes por fertilização in vitro
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A influencer Karina Bacchi, 44, contou que já tentou engravidar 6 vezes por fertilização in vitro e, apesar da falta de sucesso, vai persistir enquanto tiver energia e os médicos acreditarem que é possível. A repetição do processo faz com que a mulher seja submetida a altas doses de hormônio, o que acelera a menopausa, mas a principal preocupação é em relação à saúde psicológica da paciente diante do fracasso das tentativas.

O ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) explica que a ovulação da mulher precisa ser estimulada por dez dias com aplicações subcutâneas de FSH (hormônio folículo-estimulante).

Em média, são utilizadas 300 unidades do hormônio por dia. Essa quantidade equivale a uma dose quatro vezes maior do que a que é liberada no organismo para impulsionar a ovulação espontânea, de acordo com o especialista.

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O excesso de FSH não traz grandes riscos à saúde, mas pode causar dores na cabeça, na mama, náusea, cólica e aumento do fluxo menstrual. Além disso, acelera a menopausa, já que toda mulher nasce com uma quantidade limitada de óvulos.

“Não aumenta o risco de cãncer de mama ou de endométrio, mas também não é tão bom. E nós estamos acelerando a menopausa. Porque em vez de ovular um óvulo por mês, nós estamos fazendo ovular 5, 6. Então, estou esvaziando mais rapidamente o ovário dela”, esclarece.

Não existe garantia total de que a fertilização in vitro será bem-sucedida. A chance de sucesso, em média, é de 60% e diminui com o passar do tempo. “A partir dos 35 anos começa a diminuir a qualidade e a quantidade [de óvulos]. A queda é ainda mais significativa após os 37 anos”, explica o ginecologista. “Para você ter uma ideia, a chance [de gravidez] aos 40 anos fica em torno de 20%”, acrescenta.

Diante da possibilidade de falha, a atenção deve estar voltada para as consequências à saúde mental da mulher. Karina Bacchi, por exemplo, contou ter passado por “altos e baixos emocionais” ao lado do marido.

“O pior é o problema emocional. A gente faz porque a gente acha que vai dar certo. Então [ se isso não acontece] o dano psicológico é muito maior do que a parte hormonal”, pondera Caldeira.

O especialista destaca que quanto mais cedo a mulher fizer a colheita de óvulos melhor, sendo que o ideal é não passar dos 35 anos. Após essa idade, além da não ocorrência de gravidez, aumenta o risco de aborto e de síndromes genéticas no embrião.

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O conselho dele para mulheres que já tentaram repetidas vezes engravidar por meio da fertilização in vitro, mas não conseguiram, é recorrer a óvulos doados.

“Passou de 3 tentativas com seu óvulo, vale a pena pensar na doação. As pacientes têm tentado engravidar mais tarde, então a chance de precisar usar essa alternativa é muito grande, em média, de 10 casos por mês”, relata o ginecologista. A escolha do óvulo doado é feita com base nas características físicas e tipo sanguíneo da mulher. 

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