Para entrar em campo e alcançar as expectativas, o atleta profissional precisa estar em boa forma. E a relação entre idade e rendimento é altamente proporcional. Isso significa que um jogador de futebol não pode render bem depois de uma certa idade? Não necessariamente. O fisiologista Paulo Zogaib, professor de Medicina Esportiva da Unifesp, explica que um jogador pode ter uma carreira mais longa, além dos 40 anos, mas isso depende de uma série de fatores que vão desde condições genéticas até o número de lesões, forma de tratamento delas e estilo de vidaEntre todos os jogadores convocados para a Copa do Mundo 2018, o goleiro El Hadary, do Egito, é o mais velho. No primeiro jogo da seleção egípcia, contra o Uruguai, se ele entrar em campo, vai também entrar para a história como o mais velho a jogar uma Copa do Mundo. El Hadary vai ter 45 anos e 5 meses. Mas o que faz um jogador manter o desempenho por tanto tempo?De acordo com Zogaib, o primeiro fator é o genético. Existe uma pré-disposição genética que pode favorecer uma condição física melhor, ou um envelhecimento tardio, mas a genética não atua sozinha, precisa ser trabalhada. “A propensão genética não vai, necessariamente, desenvolver tal condição física. Se ele não se empenhar, não treinar, não se cuidar, essa qualidade pode ficar adormecida, não vai se manifestar”, explica o fisiologistaOutro fator que está ligado ao tempo de carreira é a posição do jogador. É comum, por exemplo, que goleiros tenham carreiras mais longas porque têm a capacidade aeróbica menos exigida. Outro ponto é que o goleiro pode ser mais valorizado pela experiência, pela capacidade de antecipar jogadas e liderar o grupo do que pela vitalidade física. De acordo com Zogaib, o goleiro pode ter uma carreira mais longa se ele conseguir manter os reflexos e preservar a forma física, como a exigência física não é tão grande nesta posição, ela pode passar de 40 anos e continuar jogando”. Na seleção brasileira, entre os goleiros convocados, o mais velho é o Cássio, que tem 30 anosMas, entre todos os jogadores, quem nasceu primeiro foi o zagueiro Miranda, que tem 33 anos e alguns dias a mais do que o colega de zaga, Thiago Silva. De acordo com o fisiologista, a longevidade do atleta vai depender, também, de como foi a vida dele enquanto jogador. Um dos fatores é se ele teve muitas lesões e como estas lesões foram tratadas, se teve a recuperação com o descanso que precisava ou se essa recuperação foi acelerada para que ele voltasse logo a jogar. “Os jogadores que se machucam menos conseguem manter o alto nível por mais tempo”, destaca ZogaibAlém do número de lesões e da forma como foram tratadas, o estilo de vida também influencia. “Se é um jogador que cuida da alimentação, que descansa, dorme bem, ou se é um jogador que bebe, que vai para a balada, que tem uma vida mais desregrada, tudo interfere no futuro da carreira”, afirma o fisiologistaEntre os atacantes escalados por Tite, o mais velho é o gaúcho Taison, que completou 30 anos em janeiro. De acordo com o fisiologista, essa posição exige muito da capacidade física. Um atacante pode ter como característica principal a habilidade ou a velocidade. Se ele é conhecido por ser veloz, a idade pode causar uma perda da força muscular. Se o jogador não cuidar da saúde física, a carreira pode encerrar mais cedoZogaib lembra que antigamente as carreiras dos jogadores profissionais eram mais curtas. “Os jogadores paravam mais cedo porque não existia os recursos de hoje, as técnicas de preparo físico, os equipamentos usados tanto para avaliar o rendimento quanto as condições físicas e de saúde. Hoje é comum que um jogador com 30 anos esteja no auge da carreira, sendo que, antigamente, ele estaria se aposentando”Entre os jogadores mais velhos em atividade no Brasil, jogando pela série A do Brasileirão estão o goleiro Magrão, do Sport, com 41 anos, e o atacante do Corinthians, Emerson Sheik, de 39 anos

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