Thamyrys vende itens feitos em fio de malha
Divulgação/ Ateliê Herança de Vó

O artesanato entrou na vida de Thamyrys Tamer para compor a renda familiar e, no final das contas, se tornou o ganha pão da artesã. Funcionária do setor de eventos, Thamyrys apostava na venda de doces nos períodos em que não conseguia tantos trabalhos com sua profissão e, depois de mudar os produtos vendidos algumas vezes, Thamyrys se encontrou na produção de itens de decoração feitos com fio de malha, como cestos e guirlandas natalinas.

Apesar de a pandemia de coronavírus ter prejudicado as vendas de muitos comerciantes, Thamyrys viu seu ateliê crescer mais de 50%, obrigando-a a contratar mais três pessoas para conseguir dar conta dos pedidos.

Desde o início da loja, começou a estudar marketing e entender melhor sobre os produtos que vendia para poder ter um negócio de sucesso.

“Tenho dias só para o cadastro, impressão de pedidos. Eu comecei a ver [a importância de] dar atenção melhor às redes sociais, mostrando o lado humano da marca”, afirma Thamyrys. Para ela, o fato das pessoas terem ficado mais em casa por causa da pandemia fez com que se interessassem mais por produtos de decoração e, por isso, espera que as vendas de Natal sejam de 20% a 30% maiores do que em 2019.

O CEO do Elo7, Carlos Curioni, afirma que, assim como fez Thamyrys, é importante considerar o contexto para conseguir vender bem produtos artesanais. Em 2020, por exemplo, Curioni diz que a expectativa é de que as vendas de artigos natalinos seja mais forte, já que muitas pessoas estão ansiosas para que 2020 chegue ao fim, para que possam “virar a página”.

A consultora de negócios do Sebrae-SP Juliana Segallio afirma que, normalmente, os artesãos são muito apegados aos seus produtos e não pensam tanto no momento da venda, que é extremamente importante para o andamento do negócio. Para ter bons resultados, o primeiro passo é entender onde está o público alvo. É importante conhecer o perfil, a jornada de pesquisa destas pessoas e o padrão de consumo.

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“Você está atento ao que o seu público tem de dor, essa necessidade, o que leva ao segundo ponto que é estar atento às tendências do mercado”, afirma Juliana.

Para ela, é essencial analisar o mercado a volta para conseguir bons negócios e vender cada vez mais: quais as cores em alta, quais os itens que mais vendem e o que os influenciadores da área têm feito, por exemplo. 

Além disso, entender os canais digitais é primordial. “As minhas clientes usam redes sociais e marketplace. Se você não sabe como funciona uma rede social para a rede empresarial, você faz como na rede pessoal e não vai alcançar resultado”, diz Juliana.

Planejamento

Para Curioni, o planejamento é tudo para quem trabalha com produtos artesanais. É preciso organizar os itens que vão ser vendidos, a execução, a compra de matéria -prima e qual o volume que será possível produzir. “Em novembro as pessoas já estão procurando [produtos de Natal], já vemos um aumento de busca por esses itens”, afirma.

Os piores erros para uma loja que vende produtos artesanais é não dar conta de entregar todos os itens que vendeu e não prestar um bom atendimento ao consumidor final.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Elo7, vendedores que respondem os clientes em até 10 minutos convertem 30% mais do que os que respondem em até 6 horas. 

Para alavancar as vendas, Curioni dá as seguintes dicas:

• Estar embaixo de um marketplace;
• Estar disponível para o atendimento do público, para tirar dúvidas e também para customizar os itens vendidos.

Para Juliana, o vendedor deve tirar fotos de qualidade dos produtos, incluir descritivos completos, usar hashtags, no caso das redes sociais e apostar em conteúdos gratuitos mesclados aos produtos vendidos — já que as pessoas entram nas redes sociais para se divertir e não com o propósito inicial de comprar.

“Uma dica de ouro para eles é que a parte de vendas deve ser organizada, ativada com os clientes, diariamente. Assim como ele dedica muito afeto e tempo na produção das peças, precisa para as vendas”, afirma Juliana.

Além do online, é interessante que os artesãos apostem em parcerias e eventos presenciais — em momentos posteriores à pandemia — para divulgar seus produtos.

“O erro principal é achar que as pessoas não valorizam o seu produto. Você tem que ficar atento ao público e como chegar a ele, não dá para você produzir algo que não está de acordo com perfil de público que gosta, onde o público vai te achar”, afirma Juliana.

Black Friday e Natal

Segundo Curioni, as vendas do varejo costumam ter um pico de vendas para o Natal entre os dias 15 e 24 de dezembro. Já no e-commerce, o período acontece mais cedo, na primeira quinzena de dezembro, já que muitos compram com antecedência para que o presente seja entregue até o Natal.

A fundadora da Casa Beta, Maria Fernanda Narciso, diz que as marcas precisam estar prontas para a Black Friday, que acontece em 27 de novembro deste ano, e para o Natal, duas datas em que o consumidor está mais propenso a comprar. A Casa Beta é uma plataforma de conteúdo digital com o objetivo de estimular a criatividade na vida das mulheres. 

“São momentos diferentes, precisam de uma programação específica. Vai ter um desconto? Vai lançar um produto novo?”
Maria Fernanda Narciso

Para ela, as redes sociais são o melhor espaço para o pequeno produtor começar suas vendas.

Apesar das redes serem importantes, é preciso construir uma autoridade ao longo do tempo e não apostar em diversas postagens de uma vez às vésperas de datas como a Black Friday e o Natal.

Além dos produtos em si, é interessante mostrar a vida real, como é a rotina do artesão, como funciona o processo de produção, para dar mais humanidade ao processo. “Tem um papel importante do pequeno produtor que é de educar a audiência para que eles entendam que é feito à mão que nãos sai de uma esteira de produtos industrializados”, afirma Maria Fernanda.

“Vai ser uma boa Black Friday e um bom Natal para quem se planejou e sabe o que está fazendo”, diz Maria Fernanda.

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